Corre



O alarme rasgou a noite como quem abre a garganta de uma cidade inteira. Luzes estouraram por sobre o banco: vermelho, azul, um estampido eletrônico que virou a trilha sonora da merda que estava por vir. Jeffrey olhou pra mala cheia de notas, a respiração curta, o peito tamborilando contra o coldre.
— Conta logo o money — gritou ele, voz quebrada pela adrenalina. — Jeffrey, cala a boca e joga logo na mala!

Do lado de fora, os carros da polícia apareciam como cães famintos. Spencer comandava do helicóptero, voz de metal cortando o rádio: “Senta o dedo nesses filhos da puta!” E lá embaixo a rua virou pista de caça. O plano — que parecia limpo na mesa do bote — desandou com um disparo, um vira-cabeça, e a ponte virou juízo final.

No meio da fumaça e do estrondo, Sid viu Vito na linha — a ligação vibrando no bolso como algo que pedia mais sangue que organização.
— Cadê meu money? — a voz do outro vibrou direta. Vito não ligava pra quem morria. Vito ligava pro lucro.

O carro desgovernou. O metal guinchou, o asfalto se abriu e, por um segundo que pareceu eterno, todo o mundo ficou em queda livre: gritos, vidro estourando, o cheiro de gasolina e pólvora. Quando o carro acertou a água lá embaixo, foi um soco que cortou a respiração ao meio. Membros, bocas, sangue. Alguns não levantaram — Patrick foi um deles, a barriga aberta de bala como se alguém tivesse escrito o fim de uma sentença.

Mas a noite, selvagem, ainda tinha outras vontades. Na margem, onde o couro do banco ainda chorava nesgas de pólvora e pólens de vidro, Sid cuspiu água e riu do desespero. Respirou fundo, e quando apareceu uma figura que ele não esperava — um corpo molhado, cabelo grudado na nuca, olhos ardendo com raiva e luxúria — Sid sentiu um retorno de calor que não era só do frio do rio.

Mara havia sido refém por dois minutos que pareceram uma eternidade; agora estava ali, respirando, tremendo, e olhando para Sid como se já soubesse que o mundo podia acabar a qualquer segundo — então por que não foder até as tripas do relógio?



O carro já tinha ido pro rio, a fumaça ainda ardia no peito, mas o corpo de Sid só queimava por outra coisa: Mara, molhada, cabelo grudado no rosto, olhando pra ele como quem já tinha decidido.
Ela riu, com a voz rouca, e disse:

— Parece que tu ainda tem uma arma carregada aí, Sid. Vai me render ou vai meter bala?

Ele mordeu o lábio, jogou a pistola de verdade no chão e passou a mão no pau, duro dentro da calça encharcada.
— Essa aqui não trava, gata. É tiro certeiro. E tu… já tá de perna aberta como caixa-forte mal fechada.

Mara subiu nele, cavalgando como bandida em cavalo roubado. As estocadas faziam a cama de metal ranger, e cada gemido dela era um alarme disparando na madrugada.
— Vai, Sid… mete como se eu fosse o banco central! — ela gritava, arranhando as costas dele. — Quero sentir teu saque até o último centavo!

Ele riu alto, enfiando mais fundo.
— Saque relâmpago, amor. Mas aqui não tem depósito: é assalto direto na tua boceta.

Mara mordeu o ombro dele, gozando já no meio da trepada, tremendo como viatura em curva.
— Porra… tu me fez explodir mais rápido que dinamite em cofre velho!

Sid agarrou a bunda dela e deu outra estocada violenta.
— Explodir é comigo mesmo. Eu sou louco, porra. Eu entro, faço refém e não deixo refém sair sem marca.

Ela gargalhou, mordendo o lábio, e desceu de novo, a boceta engolindo cada centímetro.
— Então me faz tua refém, Sid… mas não quero resgate. Quero que tu me arrombe até não sobrar troco.

Ele enfiou os dedos na boca dela, gemendo junto.
— Tu é a única que eu deixo roubar meu cofre, Mara… e ainda pede recibo de gozada.

As sirenes soavam ao longe, mas eles só ouviam os próprios gemidos e a cama improvisada batendo no chão. Sid virou ela de quatro e deu uma estocada funda, tão forte que Mara quase gritou o nome de Deus.
— Vai, bandido… me arromba como se fosse porta de banco! — ela pediu, olhando por cima do ombro.

Ele deu um tapa na bunda dela, estalado.
— Porta de banco não geme, porra. Tu geme e pede mais. Tu é o assalto mais gostoso da minha vida.

Quando ele gozou, gozou com a mesma violência de um pente de metralhadora esvaziado. Mara tremeu junto, o corpo arqueado, os gemidos ecoando como tiros de advertência na noite.

Deitaram ofegantes, ainda rindo. Mara puxou a bandana de Sid e amarrou nos próprios seios suados.
— Agora tu tá sem disfarce, ladrão. Tua cara tá registrada aqui… no meu corpo.

Sid riu, cuspindo no chão, a respiração ainda pesada.
— Foda-se a polícia, foda-se Vito, foda-se o dinheiro. Tu é o único assalto que vale a pena repetir até gastar minha munição.

Mara passou a mão pela barriga dele e sussurrou, sacana:
— Então carrega logo esse tambor, porque ainda tem muito alarme pra disparar hoje.


--- ---

O apartamento de Victor era luxuoso demais pra quem vivia de sugar sangue dos outros: cortinas pesadas, tapete persa, champanhe aberto em cima da mesa. No sofá de couro, Vito girava notas na mão, o sorriso nojento de quem se achava dono do mundo.

A porta abriu sem bater. Mara entrou devagar, como se fosse dela. Lingerie preta rendada, salto fino, a pele ainda marcada da foda com Sid. O cheiro dela se espalhou pelo quarto mais rápido que perfume caro.

— Que porra é essa? — perguntou Vito, meio surpreso, meio excitado.

Mara não respondeu. Caminhou até ele, o quadril rebolando em ritmo lento, cada curva dela gritando pecado. Subiu no colo do bandido como quem monta cavalo arisco. Passou a língua nos lábios, deixou os seios quase roçarem na cara dele.

— Diz aí, chefão… gosta quando a mina se entrega? — ela sussurrou, rebolando em cima da pica dele ainda dentro da calça. — Então paga o preço.

Victor gemia baixo, mãos nervosas tentando segurar a bunda dela. O pau dele já brigava contra o zíper, mas Mara era cruel: só esfregava, só provocava, como se fosse refém e carrasca ao mesmo tempo.

Foi quando a porta explodiu com um chute. O estampido seco ecoou no cômodo. E antes que Vito entendesse, Sid estava ali, bandana no rosto, arma na mão. O tiro atravessou o crânio do chefão, espalhando sangue e notas de cem pelo tapete persa.

Mara não se assustou. Só lambeu o canto da boca e disse com um sorriso diabólico:

— Eu não tinha terminado de brincar com ele…

Sid largou a pistola na mesa, ainda pingando sangue. O olhar dele queimava.
— Foda-se. Você só vai sentar e rebolar pra mim agora.

Ele puxou Mara pelo braço com brutalidade carinhosa, jogou-a contra a parede coberta de dinheiro e sangue. Ela riu, gemendo, já molhada só de sentir a raiva dele. Sid rasgou a calcinha dela com a mão, abriu a calça e enfiou nela de uma vez, bruto, fundo, como quem crava faca em madeira.

— Isso, porra! — ela gritou, unhas cravadas nas costas dele. — Mete como se eu fosse teu último saque!

Ele batia nela com estocadas violentas, enquanto notas grudavam no corpo suado dela e sangue respingava no chão. Mara rebolava sem medo, gemendo alto, gozando rápido, como se a morte fosse vizinha e não importasse.

Sid virou ela de costas, socou-a contra a mesa cheia de dinheiro e meteu de novo, estourando gemidos que abafavam as sirenes ao longe. Ele puxava o cabelo dela, mordia o ombro, estocava até a madeira ranger.

— Hoje não tem amanhã, puta — ele rosnava no ouvido dela. — Hoje é só nós dois, sangue e foda.

Ela gozou de novo, tremendo, gritando o nome dele como se fosse reza suja. Sid explodiu dentro dela, gozo quente, espalhando-se como chumbo.

Eles caíram no tapete persa, entre cédulas molhadas de sangue. Mara riu, lambendo o pescoço dele, e sussurrou:

— Roubar banco é bom… mas roubar tua sanidade me deixa mais molhada.

Sid sorriu, pisou no chão vermelho, e beijou a boca dela com violência.
Ali, em meio ao luxo e ao caos, eles sabiam: não existia amanhã. Só o prazer selvagem de dois loucos fodendo no meio da guerra.

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