Além da Respiração
O cheiro de sangue, pólvora e ferro retorcido era sufocante. O Trem Infinito virara um pesadelo em movimento, e a luta contra o Oni da Lua Inferior tinha atingido um ponto de caos desesperador.
Zenitsu Agatsuma tremia. Não apenas o medo habitual que o congelava, mas um tremor de pura exaustão. Ele havia lutado, inconsciente, usando sua Respiração do Trovão – Primeira Forma: Habilidade de Concentração Total, desferindo golpes que eram meros flashes para os olhos humanos. Mas agora ele estava acordado, lúcido, e a realidade o esmagava.
Ele agarrou a caixa de madeira nas costas, o único peso que importava. A caixa de Nezuko.
"Nezuko-chan, precisamos sair daqui, agora!"
Sua voz era um sussurro esganiçado.
O vagão estava parcialmente destruído. Com um último lampejo de adrenalina (não o trovão, apenas o pânico), ele a arrastou para o último vagão de carga, um canto escuro e abandonado, ligeiramente separado do inferno da batalha onde Tanjiro, Inosuke e o Hashira Rengoku ainda lutavam por suas vidas.
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O silêncio do compartimento de carga era ensurdecedor, quebrado apenas pelo rangido metálico do trem. Zenitsu estava agachado, ofegante, agarrado à Nezuko. Ele sentiu o medo transformando-se em algo diferente: uma necessidade protetora avassaladora. Ele precisava de segurança, e ela era a única coisa segura ali.
Nezuko, que podia encolher seu corpo para caber na caixa, emerge parcialmente. Os olhos rosas brilhavam na escuridão, e ela o encarava com a doçura e a inocência que sobreviviam à sua maldição. Ela estava cansada, exaurida de usar sua força Oni para proteger a todos.
"Nezuko-chan..."
Ele estendeu a mão, o medo sumindo sob a escuridão e a vulnerabilidade dela.
"Você está ferida?"
Em vez de falar (o bambu na boca impedia), ela inclinou a cabeça, e o longo cabelo preto cobriu parte de seu rosto. Ela fez um som baixo, um hum suave, e, surpreendentemente, esfregou a bochecha na mão dele, como um gatinho.
Zenitsu congelou. Aquele contato, inesperado e íntimo, o atingiu com mais força do que qualquer Primeira Forma.
Ele retirou o bambu, mais por instinto do que por razão.
"Diga... diga alguma coisa,"
ele implorou, a voz tremendo.
Ela apenas o olhou, o calor de seu hálito Oni-humano no seu pulso. Então, lentamente, ela levou a mão ao seu pescoço, onde o colar estava. Não era uma carícia. Era um toque de posse.
O corpo de Zenitsu reagiu instantaneamente. A adrenalina que o salvava em batalha era agora pura energia sexual. Aquele era o desespero do Trem Infinito, transformado em luxúria proibida.
Ele era um covarde, mas quando confrontado com a perda de Nezuko, ele se tornava o predador.
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Ele a empurrou delicadamente para trás, até que as costas dela batessem em uma pilha de caixotes de madeira. Nezuko não resistiu. Ela parecia esperar por isso.
Zenitsu se inclinou, e a beijou.
Não era um beijo hesitante. Era um beijo de fome e alívio, um assalto de lábios e línguas em meio ao cheiro de morte. Ele sentiu o gosto doce e selvagem que não era humano, mas não se importou. Ele havia passado anos aterrorizado por Onis, mas ela era o seu demônio.
Ele deslizou a mão para dentro de seu quimono, sobrepondo o tecido fino. A pele de Nezuko era quente, febril, uma temperatura Oni que o incendiava. Ele a deitou nos caixotes, subindo sobre ela, e começou a beijar seu pescoço, o local onde a transformação havia acontecido.
"Eu sou tão fraco, Nezuko-chan,"
ele sussurrou contra a pele dela, enquanto ela gemia, um som gutural e rouco, metade Oni, metade humana.
"Mas por você..."
Com um movimento rápido e decidido (um traço de sua personalidade adormecida), ele puxou seu próprio quimono, expondo-se. Ele estava duro, implorando por alívio.
Nezuko parou de gemer e o encarou, seus olhos rosas cheios de um entendimento animal. Ela levou a mão ao seu membro, tocando-o com a curiosidade de uma criança e a intenção de uma mulher.
"Você me deixa... forte,"
ele ofegou, enquanto ela agarrava seu pau.
Ele percebeu que a Respiração do Trovão não era a única técnica que o fazia superar seu medo. Havia uma outra respiração, uma energia que vinha de um lugar mais primitivo, mais carnal.
Ele se ajoelhou e tirou as calças dela. A visão de suas pernas e quadril nus, espremidos contra a madeira, fez seu coração bater em um ritmo insano, mais rápido que o trovão.
Ele a penetrou lentamente, cautelosamente, com a mesma concentração que usava para desferir o Trovão. A entrada dela era apertada, quente, e a sensação o fez soltar um gemido rouco.
Nezuko arqueou as costas, o calor Oni irradiando para ele.
"Zen-i-tsu,"
ela disse, o nome quebrado, rouco, o primeiro som que ele ouviu dela sem o bambu.
Ele estocou. Uma vez. Duas vezes. O ritmo era lento e intenso. Era uma Respiração do Afeto Concentrado. Ele não estava lutando contra um Oni. Ele estava se fundindo com o único Oni que importava, o único que ele queria proteger e possuir.
O trem guinchou alto. O som da batalha lá na frente parecia distante. Ele acelerou, o medo sumindo completamente. Ele não ia morrer. Não agora. Ele tinha um propósito mais profundo.
Quando ele gozou, gritou o nome dela, não de medo, mas de pura, desesperada satisfação. Seu corpo mole caiu sobre o dela, e eles ficaram ali, um Oni e um caçador, respirando juntos o cheiro de luxúria e salvação.
Nezuko o beijou de volta, um beijo de promessa. Ela empurrou o bambu de volta na boca, mas o olhar dizia: O segredo está guardado. Eu sou sua.
Zenitsu se recompôs, voltando a tremer, agora com medo do que havia acabado de fazer. Mas no fundo, ele sabia. Ele havia descoberto sua Respiração mais poderosa, uma que não precisava de sono para se manifestar.
"O que vai ser de mim?"
ele chorou, voltando a ser o covarde.
Nezuko apenas acariciou seu cabelo e fez um som suave. Nós vamos superar.
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