O Silêncio do Prazer



​O apartamento de Ishida era silencioso. Não o silêncio de anos de isolamento, mas aquele que precede um evento, como a pausa antes de um trovão, ou, neste caso, a respiração suspensa antes de um beijo. 

Nishimiya estava sentada no sofá, as mãos aninhadas no colo, folheando um livro de Libras. Ishida estava na cozinha, de costas, terminando de preparar o chá.

​Ele ainda era o cara que via o chão antes de ver os olhos das pessoas, mas agora, com ela, era diferente. Ele via o chão... e o caminho até ela.

​— O que está lendo? — Ele perguntou, a voz um pouco mais grave do que o normal, cortando o silêncio.

​Nishimiya não ouviu a voz. Mas sentiu a vibração dele se aproximando. Levantou os olhos, o sorriso de sempre, aquele que derretia o gelo mais grosso, e mostrou o livro. 

A página estava aberta em: “Desejo”. O sinal, com o dedo indicador deslizando do queixo para o peito, era de uma simplicidade perigosa.
​Ishida colocou as canecas de chá na mesinha. 

O silêncio voltou, mas agora estava quente, espesso como a fumaça do chá.

​— Você está estudando de novo? — Ele gesticulou, as mãos rápidas e precisas.

​Nishimiya respondeu com as mãos.

 — É bom ter certeza de que estamos nos comunicando bem.

​Um riso fraco escapou de Ishida. Ele se sentou ao lado dela. Estava muito perto. Sentiu o calor dela, o cheiro de sabonete floral e o perfume suave de algo adocicado.

​— Sabe, para o que eu quero dizer agora, não preciso de Libras.

​Ele não esperou a resposta. Virou o rosto dela com a ponta dos dedos, e a beijou.

​Não era o beijo desajeitado da adolescência, nem o selinho tímido de quem tem medo de errar. Era um beijo lento, maduro, com a urgência de anos de palavras não ditas. A boca dele era um convite e um pedido de desculpas ao mesmo tempo. A dela, uma aceitação completa.

​Ele a puxou mais para perto, o braço forte envolvendo a cintura fina. O livro de Libras caiu no chão, aberto. A palavra "Desejo" estava voltada para cima, como uma instrução.

​O casaco de Ishida foi o primeiro a cair no chão, jogado como um obstáculo desnecessário. Ele a deitou no sofá, sem quebrar o beijo, deslizando a mão por baixo da blusa. A pele de Nishimiya era macia e quente. Seus gemidos não tinham som, mas tinham força. Eram vibrações na garganta, suspiros que ele sentia nos próprios lábios, na pele que ele tocava.

​O corpo dela falava sem a necessidade de um caderno.

​Ele tirou a blusa dela, revelando um sutiã de renda simples, preto. Os mamilos já estavam duros, salientes, como dois pequenos botões pedindo para serem apertados.

​— Você me deixa maluco — Ishida sussurrou, a 
boca próxima ao ouvido dela.

​Nishimiya não ouviu. Mas sentiu o hálito quente, a intenção pura, e isso era mais do que suficiente. Ela usou a mão para segurar o rosto dele, um olhar de fogo nos olhos. Com a outra, ela tocou sua própria coxa e deslizou a mão para cima, na direção da calcinha, de um jeito que não precisava de tradução. O recado era claro: "Estou pronta."

​Ele trocou de lugar. Agora ele estava ajoelhado no chão, tirando o short dela com uma lentidão sádica. A calcinha era de algodão, simples, mas a humidade que já marcava o tecido não era nada simples. Ele a cheirou, e o gemido mudo dela, um som preso, foi sua recompensa.

​Ishida beijou a calcinha úmida, depois a tirou com um só puxão. A visão era perfeita: Nishimiya exposta, as pernas separadas na borda do sofá, a buceta gordinha e rosada pulsando de tesão. Ele se inclinou, a língua afiada e curiosa.

​O ataque foi imediato. A língua dele foi direto ao ponto mais sensível, o clitóris, primeiro com leveza, depois com uma firmeza que a fez arquear as costas. O sofá rangeu. Nishimiya estava fora de si, as mãos agarrando a cabeça dele, os lábios abertos em um grito que ele só sentia, mas que valia por mil palavras.

​"Você se lembra de quando eu jogava seus aparelhos na água?" Ele pensou, enquanto a saboreava. "Agora eu quero encharcar você. De prazer."

​Ele acelerou, sugando e lambendo com a energia que só um garoto que se redime com o corpo consegue. Nishimiya não aguentou. Seu corpo inteiro tremeu, uma convulsão silenciosa, e ela gozou na boca dele. O gosto era salgado e doce, a prova mais pura do perdão dela.
​Ela o puxou para cima. As mãos de Nishimiya eram surpreendentemente fortes e estavam impacientes. Ela abriu a calça dele, jogando o tecido para o lado. O pênis de Ishida, duro e pulsando, saltou. Ela o segurou, massageando a base com um sorriso travesso.

​A valentona aqui não sou eu? A expressão dela dizia.

​Ele não se importou. Era a primeira vez que ele estava sendo dominado por ela, e ele amou.

​Ela o guiou até o quarto, tirou o restante das roupas, e se ajoelhou na beira da cama. A posição de quatro era a mais honesta. A bunda redonda e empinada, convidativa, emoldurada pelas curvas das costas.

​Ishida foi por trás, sem cerimônia. Ele segurou os quadris dela e se encaixou. O esfregão da cabeça dele na entrada da bucetinha dela, ainda molhada, foi a última preliminar.

​Ele empurrou. Devagar, com respeito, mas com a necessidade de um homem que esperou tempo demais. Ela soltou um arfar mudo e profundo, uma nota grave que ele sentiu no peito.

​— É bom, não é, Nishimiya? É a nossa conversa. 
(Ele gesticulou com o corpo)

​Ele começou o movimento. Lento, no início, depois mais forte, profundo, ritmado. A cama de madeira começou a bater na parede, o som rítmico substituindo a música que não estava lá. "Plaft, Plaft, Plaft." A trilha sonora deles.

​A cada estocada, ele mordia o ombro dela, deixando marcas. Ela gemia em silêncio, rebolando para trás para pegar mais dele. O desejo dele era tanto que ele parecia querer perfurar o passado.

​— Eu te amo — Ele gesticulou com uma das mãos, sem parar as estocadas.

​Nishimiya se virou um pouco, o cabelo caindo no rosto suado. Ela respondeu com as mãos. 

"Eu também. Eu te perdoo. Eu te quero." Três sinais rápidos.

​O clímax veio como um tsunami. Ishida cravou até as bolas, um grunhido violento escapando da garganta. O sêmen jato forte dentro dela. 

Nishimiya, com as pernas bambas, sentiu a onda de calor invadir seu corpo e gozou mais uma vez, um espasmo silencioso e duradouro.

​Eles ficaram ali, ofegantes, os corpos suados, o silêncio preenchido pela respiração pesada. Não precisava de mais nada. O círculo se fechara.

​No chão do quarto, o livro de Libras ainda estava aberto na palavra "Desejo". Ao lado, uma nova página havia sido marcada na seção de "Amor".

---- -----

​A claridade suave da manhã esgueirava-se pela janela do quarto, beijando a pele suada de 
Shouko Nishimiya. 

Ela acordou primeiro, sentindo um peso confortável sobre a sua coxa – a mão forte de Shouya Ishida. O lençol estava embolado nos pés da cama, e o cheiro de suor, sexo e perfume floral era o único "som" no ar.

​Ela virou a cabeça devagar, os cabelos escuros espalhados no travesseiro. Ishida dormia profundamente, o rosto sereno, sem a angústia que o assombrava no passado. Ele era um caos que finalmente encontrou a sua calma.

​Nishimiya se moveu com cuidado, sentindo a dor boa entre as coxas, um lembrete físico da intensidade da noite. A culpa e o perdão tinham se misturado e se desfeito no clímax, e o que sobrou era uma união simples e absoluta.

​Ela se inclinou sobre ele e, com o dedo indicador, traçou o contorno da boca dele. Os lábios que um dia proferiram palavras cruéis, agora eram os mesmos que a beijaram com a mais pura adoração.

​Ishida acordou com o toque. Abriu os olhos e, por um instante, o medo o atingiu – o medo de que ela fosse apenas uma miragem do desejo. 

Mas ela estava ali, real e linda.

​Ele sorriu, um sorriso genuíno, e levou a mão dela ao próprio peito, bem em cima do coração que batia forte.

​Ishida (em Libras): Bom dia. Você está bem?

​Nishimiya respondeu com a cabeça e com as mãos, um gesto que ele entendia 

perfeitamente: "Muito."

​Ele a puxou para um beijo de bom dia, demorado e doce. Sem a urgência da noite anterior, era um beijo de pertencimento, de quem diz: "Eu sou seu, e você é minha, e o mundo pode explodir."

​Ishida se levantou primeiro. Nu, ele era uma escultura de cicatrizes – não apenas as marcas de suas quedas, mas também as emocionais. 

Nishimiya o observava, o corpo dele era um mapa de sua jornada.

​Ele pegou a camisa jogada no chão e vestiu-a, mas a calça ficou de lado. Voltou para a beira da cama e a encarou, os olhos cheios de uma safadeza que ela nunca tinha visto antes.

​Ishida (em Libras): Você sabe que eu sou viciado em você, não sabe?

​Ela sorriu, o rosto corando levemente. A timidez antiga nunca desaparecia completamente, mas agora vinha misturada com um fogo novo.

​Nishimiya (em Libras): Acho que sim. Qual é o plano de hoje?

​Ele não respondeu com as mãos. Ele se inclinou, beijou a virilha dela, ainda úmida, e depois lambeu a marca que seu sêmen tinha deixado na coxa dela na noite anterior.

​Ela soltou um suspiro estrangulado, arqueando-se na cama.

​Ishida (em Libras, com um sorriso de canto): 

​Ele se sentou de novo, mas de forma diferente. 

De frente para ela, com as pernas abertas, ele usou as mãos para abrir as pernas dela, deixando a visão da bucetinha inchada totalmente exposta.

​— Sua... sua voz silenciosa é a mais gostosa que eu já ouvi. — Ele sussurrou, a voz rouca, sabendo que ela só sentiria a vibração, mas a intenção era o que importava.

​Ele começou a acariciá-la com o polegar, encontrando o clitóris que ainda estava sensível do gozo anterior. Nishimiya fechou os olhos, a cabeça tombada para trás. Ele não estava sendo rápido; estava sendo um mestre na lentidão.

​O toque era uma pergunta e um elogio ao mesmo tempo. Ele a estava honrando.

​Nishimiya (em Libras, lutando para manter a concentração): Assim... não conseguirei... gesticular...

​Ishida (em Libras): Não precisa. Seu corpo está gritando.

​Ele intensificou o ritmo. O polegar sobre o clitóris, o dedo médio explorando a entrada molhada. Ele usou o dedo indicador para tocar de leve o ânus, um ponto que ela tinha dito que não queria ser penetrado, mas que agora, sob a excitação, parecia pedir por mais.

​O desejo era uma onda, e o silêncio era o mar onde eles navegavam.

​Quando ela estava prestes a gozar, tremendo e molhando ainda mais os lençóis, Ishida parou. 

O choque a fez abrir os olhos, confusa.

​Nishimiya (em Libras): Por quê?

​Ishida se levantou, pegou o travesseiro e a puxou para o meio da cama, colocando o travesseiro debaixo da bunda dela. A elevação a deixou em uma posição de submissão deliciosa, a visão do seu rabo rosado totalmente tentadora.

​Ele a beijou na nuca, mordeu o ombro.

​— Você é minha redenção. E o meu pecado favorito. — Ele sussurrou.

​Sem aviso, ele a penetrou com força e precisão, de uma só vez.

​O grito mudo de Nishimiya foi a coisa mais potente que Ishida já sentiu. Ela apertou as mãos nos lençóis, o corpo reagindo ao tamanho e à profundidade dele.

​Ele começou a estocar, o ritmo era selvagem e compassado, como o tic-tac de uma bomba que finalmente explodia.

​Ishida (em Libras, com a mão esquerda livre, enquanto a estocava): Eu... te... quero... assim... todos... os... dias!

​O "Plaft, Plaft, Plaft" da carne contra a carne era o único som, a voz da paixão deles. Ele atingiu um ponto específico dentro dela, e ela implorou por mais com o corpo, movendo os quadris em resposta.

​Ele a segurou mais forte, as mãos em suas coxas, e despejou tudo o que restava dentro dela, um calor que era puro amor e desejo. O gozo final dela veio, silencioso, mas violento, sacudindo a cama e, finalmente, a alma dele.
​Eles desabaram juntos, em um emaranhado de corpos.

​Ishida (em Libras, ofegante): Eu não sou mais o monstro. Sou seu.

​Nishimiya o beijou de volta, um beijo que valia mais que mil "eu te amo". A prova de que o silêncio deles era a linguagem mais íntima de todas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Kurenai: A Deceptadora de Corações

Noite Proibida no Terraço

O Despertar com Denitrix — A Forja