além da Respiração : Parte 2



          

​O Quartel General dos Hashiras cheirava a remédios, suor e tristeza. A vitória sobre o Oni do Trem Infinito tinha sido oca. Kyojuro Rengoku estava morto, um pilar de fogo que se apagara. O luto pesava mais que as espadas de ferro.



​Tanjiro estava um fantasma. Sua dor era palpável, uma névoa depressiva que o mantinha preso na cama. Inosuke, incapaz de processar a emoção, estava na montanha, gritando e estrassalhando árvores, tentando externalizar a ferida que a morte de Rengoku abrira.

​E então, havia Zenitsu. O medo o havia abandonado, substituído por uma necessidade primitiva: a de ir até quem o deixasse quente, até a única fonte de conforto que seu novo eu viciado em adrenalina conhecia.


​Ele a encontrou na Biblioteca da Hashira dos Insetos, um lugar de paz, conhecimento e ordem. Nezuko estava lá, sentada de joelhos sobre uma esteira, a luz tênue do papel de arroz iluminando seu rosto. Ela tentava decifrar um pergaminho antigo sobre herbas e venenos. 
Ela buscava uma cura, um retorno à humanidade.


​Zenitsu cambaleou para dentro, a porta de correr rangendo. Ele estava destruído, mais quebrado do que no trem. As lágrimas jorravam, escorrendo por suas bochechas.

​"Eu sou inútil,"
 ele chorou, jogando-se no chão perto dela. 

"Sempre serei inútil! Eu só consigo ser forte quando estou dormindo. Não mereço respirar. 
O Rengoku-san... se eu fosse melhor..."

​Nezuko parou de ler. Seus olhos rosas estavam marejados, e ela começou a chorar junto, silenciosamente. Suas lágrimas de Oni eram pesadas e quentes.

​Zenitsu se arrastou até ela, seus olhos vermelhos fitando os dela. 

"Mas com você... Nezuko-chan, eu sou diferente. Eu não tremo."


​**** ****


​Em um acesso de desespero e luxúria, ele atingiu o livro que ela segurava. Um som seco. 

O volume caiu no chão. Zenitsu a agarrou e a derrubou no chão, sobre os joelhos dela. O quimono rosa-claro se abriu ligeiramente.

​Com as mãos trêmulas, mas firmes, ele retirou o bambu da boca dela. Um ato de rebeldia íntima. Sua respiração ofegou.

​Seu corpo reagiu à dor e ao desespero com uma ereção dura e violenta. Ele rasgou a parte inferior de suas próprias calças de caçador, a única coisa que importava era a pressa.

​Ele puxou o pau para fora e, ofegante, a encarou, o desejo transformando seu rosto de bebê em algo desesperadamente viril.

​"Com você, Nezuko-chan," 

ele rosnou, a voz um misto de choro e comando.

"Eu faço coisas que não costumo fazer."

​Ele guiou a cabeça dela. Nezuko hesitou por um segundo, os olhos arregalados de surpresa e vergonha. Mas o desejo, a necessidade que ela sentira no trem, a traiu. Ela abriu a boca. Ele enfiou. Ali mesmo, no santuário da Hashira, em meio a pergaminhos de cura e morte.

​Nezuko começou a chupar. Era uma mistura de reflexo Oni e entrega humana. O som úmido do seu prazer era abafado pelas estantes de livros, mas era ensurdecedor para ele.


**** *****


​Atrás de uma estante de livros, a apenas alguns metros de distância, estava Kanao Tsuyuri.

​Ela deveria estar organizando os tomos, mas havia parado. Ela não era uma Hashira, mas uma Tsuguko treinada em silêncio e concentração. E ela estava ouvindo tudo.

​Quando Zenitsu derrubou Nezuko, Kanao sentiu uma pontada de choque... e depois, uma onda de calor. Ela viu a cena pela brecha estreita entre os livros. A visão do caçador de cabelo amarelo fodendo a boca do demônio oprimido era o mais pornográfico e delicioso que ela já tinha testemunhado.

​Kanao deslizou sua mão para dentro de seu quimono, para a sua calcinha, os dedos tremendo. Ela começou a esfregar.

​Zenitsu tirou Nezuko da boca e a virou sobre a mesa de estudos de madeira, expondo sua bunda. Aquele corpo Oni-adolescente era perfeitamente esculpido, e a visão fez Kanao prender a respiração. Zenitsu a penetrou por trás, com força e profundidade, batendo em sua carne com o ritmo do trovão.

​Kanao gemeu silenciosamente. A cena a liberava de seu próprio confinamento emocional. Ela deslizava seus dedos bem mais fundo na sua buceta. Estava encharcada. Seus quadris batiam no ritmo da transa alheia.

​O prazer de Zenitsu era evidente. Ele grunhia, xingava, e finalmente, puxou Nezuko da mesa, a virou e gozou nos seios dela, o sêmen quente escorrendo pela pele de Oni.

​Ao ver o clímax, o corpo de Kanao se contraiu. 

Ela não podia mais se segurar. Seu orgasmo veio em uma onda de tremores incontroláveis. 

Ela soltou um gemido abafado e caiu de joelhos no chão de madeira, o impacto fazendo alguns livros caírem da prateleira.

​"Quem está aí?!" 
Zenitsu gritou, voltando a si, o pânico tomando conta.

​Kanao, com a respiração ofegante e o corpo escorrendo prazer, levantou-se em um flash, como se nunca tivesse parado. Ela fugiu da biblioteca, a imagem da Nezuko ofegante com os seios melados de porra tatuada em sua mente..

​Zenitsu e Nezuko se vestiram rapidamente. O terror de serem pegos superou o prazer. Eles saíram daquele santuário profanado, deixando para trás apenas o cheiro de sexo e a prova de que, no Quartel General dos Caçadores, o luto e o desespero haviam dado lugar à mais desesperada das liberações.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Kurenai: A Deceptadora de Corações

Noite Proibida no Terraço

O Despertar com Denitrix — A Forja