Corre
O alarme rasgou a noite como quem abre a garganta de uma cidade inteira. Luzes estouraram por sobre o banco: vermelho, azul, um estampido eletrônico que virou a trilha sonora da merda que estava por vir. Jeffrey olhou pra mala cheia de notas, a respiração curta, o peito tamborilando contra o coldre. — Conta logo o money — gritou ele, voz quebrada pela adrenalina. — Jeffrey, cala a boca e joga logo na mala! Do lado de fora, os carros da polícia apareciam como cães famintos. Spencer comandava do helicóptero, voz de metal cortando o rádio: “Senta o dedo nesses filhos da puta!” E lá embaixo a rua virou pista de caça. O plano — que parecia limpo na mesa do bote — desandou com um disparo, um vira-cabeça, e a ponte virou juízo final. No meio da fumaça e do estrondo, Sid viu Vito na linha — a ligação vibrando no bolso como algo que pedia mais sangue que organização. — Cadê meu money? — a voz do outro vibrou direta. Vito não ligava pra quem morria. Vito ligava pro lucro. O carro des...